DAS TRIPAS, CORAÇÃO

Ou o esforço colossal para alcançar a poesia postal

Elegia gamada, proseada e truncada

A cada passeio blogal, tropeçamos vezes sem conta na Poesia.

Tomada de empréstimo ou criação do dono.

Da excelência à mais perfeita mediocridade.

Mas invariavelmente triste.

E ficamos sempre "à nora" para comentar...

Hoje, excepcionalmente, decidimos experimentar a Dita.

Também pelo prazer de Vos entregar à aflição de um comentário sensaborão.

É claro - e isto para não começardes a salivar em abundância... - que não vamos expor publicamente a nossa boçalidade poética.

Fomos pedir ajuda ao Chico.

Mas demos forma de prosa ao canto dele.

E mantivemos aquela elegância ultra-intelectual que nos distingue, recorrendo desta vez à original diferença espaço-pontual...

(em algum momento tínhamos de exibir a nossa poderosa criatividade...)

OlhaSerá que ela é moçaSerá que ela é tristeSerá que é o contrárioSerá que é pinturaO rosto da atrizSe ela dança no sétimo céuSe ela acredita que é outro paísE se ela só decora o seu papelE se eu pudesse entrar na sua vidaOlhaSerá que ela é louçaSerá que é de éterSerá que é loucuraSerá que é cenárioA casa da atrizSe ela mora num arranha-céuE se as paredes são feitas de gizE se ela chora num quarto de hotelE se eu pudesse entrar na sua vidaSim, me leva pra sempre, BeatrizMe ensina a não andar com os pés no chãoPara sempre é sempre por um trizAí, diz quantos desastres tem na minha mãoDiz se é perigoso a gente ser felizOlhaSerá que é uma estrelaSerá que é mentiraSerá que é comédiaSerá que é divinaA vida da atrizSe ela um dia despencar do céuE se os pagantes exigirem bisE se o arcanjo passar o chapéu

Beatriz

(Clicai ou não! Nós cá clicávamos...)

E, estupefactos, perguntais:

Grão-Mestre Merceeiro, deu-Vos o amok?

E prontamente respondemos:

Nok!