segunda-feira, dezembro 17, 2007



A segunda Arte



Sendo por demais evidente o enfado que a nossa peregrinação pela sétima arte causou aos distintos fregueses, decidimos intervalar com mais um momento de wikipédico exibicionismo, mas desta feita sobre a segunda das artes.

Trazemos-vos "O casal Arnolfini", quadro de referência do pintor flamengo Jan van Eyck (1434).

Já não é novidade a nossa preferência pela escola flamenga, pela importância que esta dava aos pormenores.

Recordais certamente (até porque todos os nossos postais se colam à memória...) o destaque ficcional que demos à "Tábua de Flandres".


E daí talvez não, já que muitos de vós estaríeis de f*****.

Seja como for, se essa tábua resolvia um mistério, este quadro é, em si mesmo, um mistério sem solução, que muito tem entretido os historiadores de arte.

Retrata um rico comerciante, Giovanni Arnolfini e a sua esposa (noiva?), Giovanna Cenami, que se fixaram em Bruges.

Durante muito tempo prevaleceu a tese de que a imagem corresponde ao matrimónio celebrado em segredo e testemunhado pelo pintor.






Tese sustentada em vários pormenores pictóricos, mas em especial neste aqui de cima "Johannes van Eyck fuit hic, 1434" (Johannes van Eyck esteve aqui, 1434).

Não era acontecimento inédito um casamento ser celebrado na residência dos nubentes e não na Igreja, desde que lavrado o auto de união a que testemunhas dariam fé.





E o espelho, ao reflectir a cena invertida, regista a presença de mais duas pessoas, que seriam, supostamente, o artista e o sacerdote.


Mas ainda que não fosse esse o propósito, sempre se poderia encontrar como motivações ou a de, simplesmente, retratar figuras representativas da sociedade da época, rodeadas de sinais de riqueza, e/ou a de enunciar as obrigações matrimoniais.

Toda a cena está recheada de pormenores carregados de simbolismo.

No limite, descobrimos quadros dentro do quadro, como disso é exemplo o espelho, considerado, por muitos, o centro de gravidade da pintura.

Mas comecemos pelos protagonistas.





Ele, Arnolfini, considerado um "pedaço de homem" pelas senhoras da época, enverga trajes sóbrios e pesados, porventura desadequados à estação (atenta a luminosidade que entra pela janela), mas que são rematados a pele de marta, sinal de ostentação.

Ergue a mão direita, como quem abençoa a mulher ou então como quem jura fidelidade (ele, um conhecido adúltero).





Com a esquerda, segura a mão da mulher, como expressão de autoridade, dele, e de devoção, dela.






Ela, por sua vez, enverga um vestido verde - cor da fertilidade -, com remates em arminho, e apoia a mão esquerda sobre o ventre.

Poder-se-ia pensar que assim sugere gravidez, mas o casal nunca teve filhos.

Esse facto alimentou uma outra tese sobre o quadro: a de que se trataria de um acto de exorcismo, uma espécie de cerimónia para recuperar a fertilidade.

Note-se que acima das mãos dadas paira um gárgula, que poderia simbolizar a maldição do casamento.







O candelabro tem só uma vela, para simbolizar a chama do amor.

A cama, sinal de continuidade e de linhagem (lugar onde se nasce e morre) está coberta com uma colcha vermelha, a significar paixão.

O espelho é convexo, para espantar a má sorte, e a moldura reproduz 10 das 14 estações da Via Sacra.




Os tamancos, dele e dela, estão espalhados pelo chão. Estavam, portanto, descalços, o que sugere também um vínculo ao solo sagrado do lar e, porventura, a religiosidade da cerimónia.

Além de que se acreditava na época que pisar o chão descalço garantia a fertilidade.






Enquanto os dela estão próximos da cama, os dele estão virados para o mundo exterior. Separação de tarefas.

Repare-se no tapete, procedente da Anatólia, e que é também um sinal distintivo de riqueza.







Assim como as laranjas, importadas do sul, que eram um luxo no norte da Europa.






O cão compõe a cena reforçando o valor da fidelidade.



***


É claro que nada disto se compara ao mistério trazido pela "Última Ceia" de Leonardo.





Mas quem ainda não sabe das maldosas interpretações?






Ou teria mesmo o Mestre querido incluir Maria Madalena na ceia?






E o que faz ali aquela adaga?

Quem ameaça quem?

Ou tratar-se-á de mera falta de etiqueta à mesa?






E quem está de mãos dadas?

Isto para só mencionar o que está ao alcance do olho e já não o oculto...





E o fabricado...




Numa próxima oportunidade dissertaremos sobre os Painéis de S. Vicente de Fora.

30 Comments:

Blogger velha gaiteira said...

Bom Natal, com muita sáude e calor humano!

Abraços da

velha gaiteira

16/12/07 10:27 da tarde  
Blogger Bandida said...

Caríssimo Capitão

será que foi servido um (dis)tinto saboroso alentejano nesta ceia? por debaixo da mesa? será que maria madalena se apercebeu?

passar a pente fino estas obras é obra, capitão! e cada vez mais sinto que nada se rastreia por acaso. não há acasos no acaso da vida.

portentoso post, capitão!

perante Vós me curvo, para humildemente beijar a Vossa mão

Vossa

B.

16/12/07 11:07 da tarde  
Blogger isabel mendes ferreira said...

a primeiríssima. arte.


a Pintura.



imortal.


________________bjj.


e bom caminho. dezembrino.



p.s.

um post de arrasar!!!!

16/12/07 11:14 da tarde  
Blogger Zorze Zorzinelis said...

E acho que pediram o cão emprestado à vizinha do 2º esquerdo, porque só tinham dois piriquitos e um peixe! Muito interessante... bom post, Capitão!!!

16/12/07 11:18 da tarde  
Blogger Emma Larbos said...

Capitão, estamos, pelo visto, mergulhados em coincidências. Acabei de fazer um post sobre pintura (não, não é a escola flamenga, chego aqui e não é que me deparo com o van Eyck?
Sobre a interpretação do quadro, tenho umas notas.
Quanto à aparente gravidez: no século XV está na moda a famosa "linha em S", que levava
as senhoras elegantes a espetarem a barriga para a frente e usarem, se necessário, uma almofadinha para aparentar gravidez. Era muito chic. Por isso, a senhora Arnolfini pode estar apenas vestida à moda e mais nada. Também estava muito na moda o uso do verde, sobretudo se fosse na cota (a peça de baixo que aqui é azul)e combinada com opa vermelha (a peça que aqui é verde).
Quanto aos gestos do senhor esposo, não consigo evitar ver ali os gestos correntes do juramento do nobre (mão direita levantada)e da homenagem vassálica (o senhor segura na mão do vassalo em sinal de protecção), ritual reservado também à nobreza.
Assim sendo, e tendo em conta que o retratado é um rico comerciante, que pertence à burguesia ascendente e desejosa de sinais de prestígio, será que o que ali se representa não é apenas o desejo de nobilitação do burguês, que quer fazer-se representar como se fosse um nobre?

16/12/07 11:59 da tarde  
Blogger pinky said...

capitão, estou verdadeiramente rendida á sua sapência! deslumbrada com conhecimentos e explicações tão maravilhosas.
Se amo história, então história de arte é um mundo fascinante para mim, e agora, completamente rendida só posso responder como o rapazote de 6 anos de idade quando o pai lhe pergunta o que deve dizer quando alguém lhe oferece batatas fritas..... quero maissssssssssss!
ps. bruges é um sitio deslumbrante!

17/12/07 4:02 da manhã  
Blogger vitornev said...

Capitão!
Além da obvia excelência de este "poste".
Gostava dizer, em primeiro lugar, que nunca tinha visto este quadro baixo a perspectiva "Marilyn Manson".
Os pormenores desta peça são dignas do melhor gosto neo-gótico senão repare nos "tamancos".
Olhe! Se um gajo vestido como aquele senhore... como se chama Manéld?
.- Bllffff!
.- Arnolfini! com aquele chapéu e abrigo de "pelos da Marta" me desse uma biqueirada com aqueles tamancos bicudos e de design que fazem morrer de inveja a qualqer "prada"! ...olhe Capi! Não existiria "gangs da ribeira" que se lhe resistissem!
...esse sim! esse sim era uma pop-star na Bruges! Agora os chinelos dela parecem da loja dos chineses! Consta que na Flandres já existiam 14 lojas dos asiáticos! Claro com aqueles portos todos! Mas um capitão de rijos capilares como você já sabe disso!
Já agora dava-nos jeito um espelho daqueles Manéld!!!
.- BLF??
.-porquê??... olha! para cada vez que tiras a lambreta da garage!! Sais sempre, despassaradamente!
...só mais uma coisa Capitão!
Não acredite em histórias... ela estava grávida!!! e SIM!!
Porquê???
Olhe, porque se eu pintasse uma mulher vestida de essa maneira sem ela estar grávida, uma de duas! Ou ela desfazia o quadro num ataque de ira (com os tamancos do marido) ou desfazia-me a mim e era... literalmente "a morte do artista"!

17/12/07 8:22 da manhã  
Blogger burro said...

É de assinalar o bom estado de conservação da primeira pintura, onde podemos observar minuciosamente todos os preciosos pormenores.
O mesmo não acontece com a pintura religiosa e é uma pena, seria interessante ver pequenos pormenores que, assim, talvez passem despercebidos (não a vós, inteligentíssimo Capitão).
Espero que do postal, relativo a esta quadra, que apresento no meu canto não desapareçam também pormenores importantes.
Como é usual apresenta o SONO mais um excepcional trabalho. Penso sempre "este é o melhor de todos", mas depois vem o seguinte...
Terei que passar a pensar "são todos os melhores de todos".
E vou

17/12/07 1:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

meu capitão,

as coisas que o meu capitão sabe! e a finura, a perspicácia "audiovisual" que denota! e é que depois é toda a carga de mistério que escorre pelos pormenores quiçá "obscuros" das telas escolhidas. já tenho o violino, traga-me só a lupa e um cadeirão para meditar no assunto...isto claro, se ninguém estiver a usar...

18/12/07 4:00 da manhã  
Blogger Frioleiras said...

touchée... um assunto que me fascina, deveras!
a minha pintura favorita... os flamengos!
adoro... simplesmente adoro!
belo presente de Natal .........

18/12/07 8:30 da manhã  
Blogger pentelho real said...

inequivocamente um post à vossa celebrada altura, Capitão.
que o nosso Pai Natal passe por cá a deixar muitas prendas.

18/12/07 12:22 da tarde  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

Viva! viva, hurra, hurra!!! O zorze apareceu!!!!


Coelhinho, algures

18/12/07 12:26 da tarde  
Blogger Lizzie said...

Sabei, Capitão, que já ontem tinhamos botado aqui sentença acerca deste V. detectivesco postal, mas esta coisa fez birra e apagou.
Diziamos nódes que mal se fala em arte flamenca destas eras e logo ficamos de antena em riste tal é por ela o nosso agrado, até pela mestria da técnica usada mais das guerras por segredos com italianos e afins.
Mais achamos graça a este sedutor, que pelo mate do tom de pele se diria já estar a seduzir no outro mundo. Perguntamo-nos se não seria agente funerário. A Dama tem aspecto mais viçoso, pensamo-la top model da altura, embora um bocadinho mais gorducha que a Kate Moss.
Só de olharmos para as tamancas pensamos logo no tempo em que andámos de canadianas e ficam nossos pés com dores na memória.
Gostamos do cão Maltês, que à excepção de uma ou outra pulguita a que a riqueza de pormenor não chega, está bem tratado, embora a precisar de tosquia.

Lembramo-nos que além destes, as Meninas do Velasquez também não desdenhariam vosso pendor para o mistério. Espelho por espelho...

Não lemos o Código da Vinci porque somos do contra. Tal publicidade irritou-nos. Parecia um livro de passatempos para gente desocupada com obrigação:
-olá, estás boa? Já leste o Código da Vinci?
Preferimos contar as andorinhas que agora passam no céu.

Desde já vos congratulo por não terdes no balcão o Pai N....a abanar o traseiro.

Continência

18/12/07 4:14 da tarde  
Blogger Haddock said...

boas!!

cara anciã, feliz asterisco para ti também!!

bandida, não sei se o borba já estaria internacionalizado nestes primeiros 33 anos d.c.. mas consta que a conversa foi pesada e premonitória. colheitas prematuras têm esse efeito depressivo.

isabel m. f., caminho dezembrino... gostamos pouco de fins! mas gratos!

zorze, o cão mais parece embalsamado. mas servia para entreter a d. giovanna quando o arnolfini ia às meninas.

senhora De larbos, pois sim que havia o culto do ventre espetado, mas estes historiadores de arte têm a mania de interpretações alternativas e preferiram a tese da mão que repousa no ventre em gesto de esperança(s). quanto ao cavalheiro, que severa soisde acusando-o de snob! quem sabe se esta pintura não esconde também uma dinâmica interactiva, com arnolfini a dizer : "ó johannes, parai de pintar um momento que estamos com cólicas".

pinky, bruges é um museu, de facto. mas não puxa para local de residência. sabia que esta arte te iria animar. mais??? pahh, dá uma trabalheira!! até já me arrependi de ter falado nos painéis!

anous, como sempre de uma perspicácia a toda aprova!! pois que isto é gótico puro!! mais: já constou que o merceeiro estaria morto e o cão embalsamado! e os chinelos da senhora têm mesmo ar de artigo oriental de fina qualidade. quanto ao espelho, e se estimas a lambreta, é melhor não o adaptares a reflector, não vá o manél-d atropelar ninguém de marcha arrás!

caro burro, não exageres nos louvores, que ficamos insuportáveis! e deixa-me dizer-te que o teu postal é dos mais divertidos que vi sobre esta quadra asteriscal.

lia, senta-se. mantinha de escocês? um cachimbo? vou fazer chá e depois conversamos.

frioleiras, aide! asterisco, não!! mas ainda bem que emocionámos com este presente postal.

princesa, o vosso "coiso" só distribui brinquedos e nós queríamos mesmo um carrinho a sério!

coelhinho, anda difícil o rapaz, anda.

lizzie, mas da próxima escreveides à mão!! que interpretação da prima!! dizemos: ... da obra prima!!
pois que há um espelho, qual quadro dentro do quadro, nas meninas do velasquez. mas sabeis, já aqui o pendurámos para dar cor à paródia que o witkin fez dele...
quanto ao códico d'avintes, também resistimos. fazemos birra com filmes e livros de que todos falam. mas acabámos por o ler. tirando o fim, até teve a sua piada. e nós nunca poríamos um "pai coiso" desses aqui a trepar pela janela. e em cima do balcão está apenas, além da máquina registadora e do pote com rebuçados, uma caixinha de cartão embrulhada em papel com motivos de azevinho e com uma ranhura. escrevemos: "o capitão agradece e deseja bons asteriscos".


vénias, a&b!

18/12/07 9:44 da tarde  
Blogger pinky said...

capitão, bruges tb é uma cidade em bruxelas que tb já foi capital europeia da cultura, por acaso no exacto ano em que lá fui.
http://www.european-city-parks.com/brugges/pt/
http://www.inmagine.com/miwt009/miwt009066-photo

18/12/07 10:57 da tarde  
Blogger Haddock said...

...
pinky, sim!!
cidade-museu, queria dizer.
;) bjecas

18/12/07 11:00 da tarde  
Blogger merdinhas said...

Vais atirar-te aos páineis...boa...
tens tela para post.
Das cordas no chão às várias figuras....quero ver isso ou não me chamasse, entre outras coisas, watching you.

Mas quanto à última ceia... ficam sempre bem a posar para nós. Que ninguém nos vire as costas.

Verdadeiros palcos de pormenores.

18/12/07 11:17 da tarde  
Blogger pinky said...

aiiiiiiiiiiiiiiii agora queremos os paineis! o prometido é devido, vá lá....assim á laia de presente de natal....

19/12/07 12:35 da manhã  
Blogger nnannarella said...

Estou de novo sem palavras, pois já cá tinha aportado e zarpado, porque como não tinha a cocaína à mão, nem havíades trazido a lupa e o cadeirão, não consegui meditar apenas com o violino que a Lia trouxe. Assim sendo, plagio as palavras que a Pinky plagiou - quero mais! - e mais ainda: fonix!(pois que a hermenêutica é arrebatadora). Dado o meu estado de exaurimento por síndrome de abstinência, conto adormecer embalada pelos preciosos detalhes e, plagiando agora a Scarlett, amanhã será outro dia! Tenhaide bons detalhes oníricos, Archie.

19/12/07 12:45 da manhã  
Blogger galatea said...

Admiro a Jan van Eyck y esta pintura, me complace mirarla, una imagen original y diferente para mis ojos, saturados de los actuales cánones de escuálidas bellezas. Un post interesante.
Capitán, lo veo cada día más alejado del mar, de los muelles, caletas, y todo ese ambiente folclórico e ignorante, me equivoco?...

19/12/07 1:55 da manhã  
Blogger o Reverso said...

já mais nada de novo posso dizer sobre este postal.

dir-se-ia já nada de novo a dizer sobre os painéis.
mais toi, cher Cap, toi tu vas réussir, j'en suis sûr.

19/12/07 4:08 da manhã  
Blogger 1entre1000's said...

bolas... ja tinha visto esta posta 365894 vezes mas só agora li...
bolas...
muito bom!
UM grande sorriso capitão, grande!

19/12/07 9:18 da manhã  
Blogger Frioleiras said...

Este comentário foi removido pelo autor.

19/12/07 10:55 da manhã  
Blogger Frioleiras said...

caros amigos,

devido à globalização do Natal (anti-natal se pensármos bem), vou continuar num a correria alucinante de jantar em jantar e pouco ou nenhum tempo terei para postar os posts que tinha reservado para o meu blog.

Assim sendo, não leveis a mal se não puder , de todo, vir aqui espreitar... é que no encaminhar destes dias alucinantes irei logo no dia 26 para Jarandilla e daí para Madrid (o Durer, O Cranach, a Paula Rego, o novíssimo Prado etc etc).

Voltarei, aos vossos pés em Janeiro. ~
Até lá apenas passarei pelo meu blog e é se puder, também ...

Bom Natal a todos!!!

19/12/07 10:59 da manhã  
Blogger Madame Maigret said...

Moi aussi pour desirer les meilleus fêtes, Comandant,avec tant de paix et carinhe autour de vous, car je parts em Alsace chez ma soeur.____________Mon mari est resté tres enthousiamé avec ce postale là, non obstante rien de crime!....______Enfin, dans le second tableaux il y a deja un crime inscrit, c' est vrais...des abracignes. Au revoir l'année prochaine!

19/12/07 11:24 da manhã  
Blogger nnannarella said...

Agora sim, Archie, confortável nesta otomana, que já poucas se encontram com grandes e rubras e ocres camélias no pano; de lupa e o mais que sabeides, sem esquecer o boné axadrezado e uma botelha que parece d'água; agora sim, à luz bruxuleante destas candelas e da lareira que vai renascendo com as pontas de cigarrilha que lhe vou ofertando - sim, que cachimbo não fumo, per bacco! -, agora sim, Archie, quantas visões...

19/12/07 5:20 da tarde  
Blogger nnannarella said...

ai Archie eu vejo... vejo... que o próprio Diego Velásquez se inspirou nesta obra ao pintar a família de Filipe IV (a Lizzie já tinha dado achegadela ?), nosso terceiro, não é ?... que no primeiro deste mês foi celebrado mais uma vez como arrenegado mai-los outros... ai Deusas... eu vejo... foi ele o responsável por Isabel, nossa Santa Rainha do "são rosas, Senhor, são rosas" ter sido erguida aos altares... vejo vejo o mise en abîme...ó Deusas, quanto vejo... quem diria que sou míope...

19/12/07 6:41 da tarde  
Blogger tolilo said...

isto tudo é
lindo
mas demais para o meu caracol!

Chuac! com sininhos cor de rosa

19/12/07 8:59 da tarde  
Blogger nnannarella said...

...vejo...












enfim, vejo que a senhora de Larbos é mesmo pra brincadeiras!










(sérias!)

19/12/07 10:23 da tarde  
Blogger Haddock said...

boas!

merdinhas, nem me atrevo...
mas ainda faltam uns anos para as eleições. nas vésperas, baixo os impostos para apagar este triste episódio da promessa por cumprir...

pinky, à laia de presente de asterisco vai "as meninas"!!! os painéis são muito complicados...

galatea, não te iludas... continuamos tontos!! é só um intervalo pictórico (ou pitoresco...).

triliti, pois que eu não acrescentaria nada de novo; mas só mencionar o velho já daria uma trabalheira! fugi!!

milu, deu-me para pendurar quadros... mas aceito sugestões!!

frioleras... tantos ASTERISCOS juntos, pá!! pronto, bons asteriscos e até às janeiras. diverte-te muito!!

madame maigret, nous aussi vos désirons des beaux asterisques. et cumpriments à votre jules. bonne voyage e mandez-nous un petit postal!

tolilo, deixa lá que ainda havemos de voltar à BD...

nnannarella, sim, a senhora De larbos não brinca em serviço!! já nos devíamos ter apercebido disso quando dissertou sobre cabelos em seus aposentos... uma crítica feroz, é o que é!
e nnannarella, cedemos ao vosso lembrete e ao de lizzie, embora cometendo assim o pecado de pendurar o mesmo quadro por duas vezes, porquanto já aqui havíamos mencionado "as meninas", mas a pretexto de uma singela homenagem que prestámos a witkin. sejaides o que fordes. também... nesta altura ninguém nos lê!!!

vénias, a&b!!

19/12/07 10:51 da tarde  

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