quinta-feira, dezembro 13, 2007




"WHO'S AFRAID OF VIRGINIA WOOLF?"


and the





Quem foi o inteligente que disse qualquer coisa como: "o inferno pode estar numa confortável sala habitada por um casal descontente"?

É que não nos lembramos mesmo.

Mas achamos que foi a propósito de uma controversa peça de Edward Elbee, chamada "Who's afraid of Virginia Woolf?", depois adaptada ao cinema por Mike Nichols.




The plot:

George, um professor universitário de História, descontente com a carreira, é casado com Martha, filha do Reitor, que sofre de uma profunda descompensação emocional. Casamento vicioso, alimentado de frustrações e de ressentimentos recíprocos e afogado em álcool.

Convidam um jovem casal, Nick, professor de Biologia, e a sua enjoativa mulher para uma bebida em sua casa.


No decurso da noite, a cortesia dos anfitriões degenera numa espiral de violência verbal e até física, que acaba por atingir os convidados.

O jovem casal, a princípio meros espectadores aturdidos pela miséria existencial do casal mais velho, começa então a dar-se conta do seu próprio antagonismo.







No filme, homónimo da peça, de Nichols, e que foi a sua estreia como realizador, Richard Burton é George e Elizabeth Taylor é Martha.

Consta que se pensou para protagonistas em James Mason e Bette Davis.










Portentoso desempenho do casal.

Merecidíssimo Oscar para Elizabeth, que assim se livrou de vez do estigma da Lassie.




Um cheirinho...


Outro...


Outro...










E perguntais: Mestre merceeiro, mas o que têm a ver os três porquinhos com esta história?

E nós respondemos, perguntando-vos: e a Virginia Woolf?

Pronto, está bem. Quem souber não diga, pois fazemos questão de impressionar.

A interrogação "who's afraid of Virginia Woolf?" é uma paródia (invertida?) à canção da versão animada da Disney dos "Três porquinhos": "Who's afraid of the big bad wolf?".

Albee viu esta piada escrita no espelho de um bar e não lhe saiu da memória.

"Quem tem medo de Virginia Woolf?" significa o mesmo que perguntar "quem tem medo do lobo mau?".

Ou: "quem tem medo de viver a vida sem (falsas) ilusões?". Uma piada intelectual, própria de um ambiente académico familiarizado com a vida e obra da escritora.

No fim da peça, George canta "who's afraid of Virginia Woolf?" e Martha responde "I am, George... I am".



Nota: como o valor dos direitos dessa canção era astronómico, ela aparece entoada no filme ao som de "Here we go round on the mulberry bush".


38 Comments:

Blogger Emma Larbos said...

Cá está um daqueles filmes que já todos vimos mais do que uma vez mas que nem por isso deixaremos de ver mais uma. Não só pelo desempenho da Taylor, pela primeira vez madura e com um papel não superficial mas por uma inquietante densidade dramática e existencial.
Já vou indo, Capitão, que estou demasiado séria...

12/12/07 11:23 da tarde  
Blogger Emma Larbos said...

Este comentário foi removido pelo autor.

12/12/07 11:23 da tarde  
Blogger Bandida said...

quem vem da mercearia? a bette davies? insatisfeita. e a par da insatisfação o fundo do medo que por ali anda em volta de lobos. lobos? eu disse lobos?!... queria dizer virginia...não, queria dizer woolf que não significa o mesmo que lobo. lobos são os outros. os porquinhos.
ELES NÃO BERRAM!!!!!!

um muito belo post, meu capitão.

e assim me vou, beijando a Vossa mão.

B.

12/12/07 11:46 da tarde  
Blogger pinky said...

and everybody goes oinc oinc oinc hahahahahahah
Grande filme, capitão, grandes interpretações.
Mas para mim a história ficou manchada para sempre quando a vi en~cenada no teatro tendo como actriz principal a Odete Santos!
Alguém consegue imaginar a exma. ex. deputada como virginia wolf~?
escusado será dizer que levei o tempo todo a rir mal contendo as lágrimas~.....

13/12/07 12:51 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

foste tu que escreveste este post? 'tá tão diferente...de tudo. está....sério!
com a quantidade de referências cinematográficas que grassam por aí, vou ter mesmo de me dedicar aos filmes,senão...o que é que eu vou comentar?? ah! já sei, a música! essa conheço eu: quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau...

13/12/07 4:10 da manhã  
Blogger Frioleiras said...

Este comentário foi removido pelo autor.

13/12/07 8:00 da manhã  
Blogger tolilo said...

prontos. já respondi à nnnarella samurai.

e não chega de filmes?

já começo a estar com o meu caracol arripiado. e eu que só goso de brincar!

chuac!_

13/12/07 8:02 da manhã  
Blogger tolilo said...

prontos. já respondi à nnnarella samurai.

e não chega de filmes?

já começo a estar com o meu caracol arripiado. e eu que só goso de brincar!

chuac!_

13/12/07 8:02 da manhã  
Blogger vitornev said...

Capitain Haddock.
Sim. Também acho que podemos contar com os dedos de uma mão as actrizes que conseguiram uma interpretação tão magistral como a da Taylor.

13/12/07 8:52 da manhã  
Blogger mixtu said...

eu canto: quem tem medo do lobo mau
nós não...
embora o lobo não é mau, aliás, na historia da Selva, a pantera leva o menino aos lobos para este lhe darem leite...

já os casais que andam às turras... não conheço nem um....

embora, inferno... é cá me baixo que se pagam,
yayya

abrazo europeo

13/12/07 11:21 da manhã  
Blogger Boop said...

Ó Haddock...
Já leio o teu post!
Mas anda lá comigo ao canto do Mixtu que eu estou deveras preocupada com o pastor!

13/12/07 12:01 da tarde  
Blogger Boop said...

Excelente post, capitão! Excelente!
Surpreende-me sempre!
Imaginá-lo de cachimbo na mão, charuto ou cigarro na outra... e um erudito no que toca à 7ª arte!!!!

(gostaste da esmola?)

Um filme potentissimo!!!!!!!!!!!!!

13/12/07 12:14 da tarde  
Blogger Lizzie said...

Reparai Capitão como, na 2ª tubagem a Bétinha se movimenta como um animal selvagem enjaulado, que o que ali se vê é circo de feras a ver quem morre primeiro. Mordidos já estão que baste.
Reparai também no pulsar cardíaco das luzes, na intensidade dramática que elas dão sem quase se notarem.
E, oh reparai, como a ficção no caso deles, se mistura com a realidade, já nem sabemos se é realmente a Becas que ali está ou a Martha e entre Richard e George venha o inferno e escolha.
Deve dar azar tal história, pois que dois actores espanhóis também se confundiam e foram levados para o hospital em coma alcoolico com diversas escoriações mútuas.
Se tomardes decisão de serdes actor, escolhei antes os 3 porquinhos. Mal não haverá que um fume cachimbo e use barba.

Continência por tal magestosa seriedade . Maia vale o purgatório.

13/12/07 12:42 da tarde  
Blogger margarida já muito desfolhada said...

Senhor'Haddock, tivesse este trabalho sido apresentado como tese e, pela minha parte, teríeis obtido a classificação máxima.

13/12/07 1:12 da tarde  
Blogger 1entre1000's said...

ui... este sono anda com uma velocidade postal estonteante... passarei mais tarde para ler , de facto, agora tinha só que expressar o meu espanto!

13/12/07 2:05 da tarde  
Blogger Haddock said...

boas!

senhora De larbos, nós bem tentámos introduzir os 3 porquinhos e a lassie, para um tom mais pueril, mas, pelo lido, o que impressiona mesmo é a intensidade dramática da mna. taylor e de seu esposo.

bandida, cosnta que a bette davis ficou picada pela escolha da taylor, daí talvez a insatisfação. os porquinhos não berram?? não estarás a fazer confusão com o silêncio dos carneiros??

pinky, a odete... como martha?????? livra!!! quem foi esperto que a escolheu?? não lhe chegava a revista??

lia, claro!! quem mais??
caraças... e já não podemos ser sérios sobre a sagrada instituição do matrimónio!! vou tentar deixar-me de filmes, então.

tolilo, estou a pensar mudar para a pintura, que tal??

mixtu, deixa o sapateiro saber o que a esposa anda a fazer com um certo pastor lá para os lados do rossio, que vais assistir a uma bela bulha conjugal...

boop, gostei imenso da esmola, tirando a parte de "gostaste da esmola?", pois assim fico a pensar que era no gozo, pahhhhhhhhh!!!
e outra coisa, eu teclo com quê? com o nariz??

lizzie, dizeis bem: há por ali uma certa promiscuidade dramática. sempre defendemos, a favor da harmonia conjugal, que os cônjuges deviam trabalhar em sítios diferentes para poderem respirar.
essa dos actores espanhóis não lemos na Hola... quanto à minha participação nos 3 porquinhos, escolheria ser a virginia woolf, já que são todos um bocadinho para o apalermado.

margarida já muito... por causa do porquinho/leitãozinho que vos prometi??

milu, deixa estar que são os últimos cartuchos...


a&b!!!

13/12/07 9:54 da tarde  
Blogger Boop said...

Se tens o nariz assim tão grande então............

13/12/07 11:15 da tarde  
Blogger merdinhas said...

Posso desconversar?


A propósito de "Casal"...


Lembrei-me de uma história que me contaram sobre um casal que visitava outro.
O casal anfitrião tinha filhos e usava intercomunicadores o que fez com que o "emissor" ficasse ligado e esquecido no quarto do casal visitante que resolveu adormecer a cortar na casaca de quem ofereceu o jantar.

Na manhã seguinte...

...não voltaram a ir lá jantar.

13/12/07 11:33 da tarde  
Blogger Frioleiras said...

belo filme, sim senhores!

mas desconversando, entre lobos e cães prefiro os cães...

e não acho graça aos 3 porquinhos...

13/12/07 11:47 da tarde  
Blogger Boop said...

"Quem tem medo do lobo mau, do lobo mau, do lobo mau?"

Lá lá lá lá lá lá lá

13/12/07 11:58 da tarde  
Blogger Amélia said...

realmente este tasco anda muito depressa... como sempre sinto-me completamente ultrapassada!

e agora isto...

(tamborilando com os dedinhos em cima da mesa, beberricando em copinho de normalissímo whisky...)

1ª constatação... temos de ler mais!
2ª... temos de ver mais!
3ª... o silêncio conjugal, contudo, afigurasse-me bastante mais aterrador! prefiro uma belissíma discussão, sobre trivialidades até, ao rancoroso, obstinado e ignorante silêncio!
4ª... o meu famoso "peraí, já vou! agora não posso! 'tou a ver o lobo mau", é simples e sempre estimulante para o inicio de uma boa querela!!!

14/12/07 12:30 da manhã  
Blogger mixtu said...

mas pensando bem é bom uma bulha entre casais, talvez o melhor sexo existe após uma discussão, yayaya

abrazo, e cuidado se fores sapateiro, yayaay

14/12/07 12:19 da tarde  
Blogger hora tardia said...

eu n�o.....










beijo.

14/12/07 5:32 da tarde  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

EEEEEEEEEEEEEEEEEEENA!

QUE SaUDADES QUE TINHA DESTES SERÕEZINHOS!!!

AINDA ATÉ ÀS TANTAS EM LONGAS CONVERSAS?
DISCUTINDO O SEXO DOS ANJOS?

ANJOS? DISSE EU?
E É QUE NÃO VEJO ANJOS HÁ "N" DIAS !!!

DISCUSSÕES DE CASAIS,
DIZEIS VÓS?

E EU QUE NUNCA DISCUTIA COM O MEU COELHINHO!

VIRGINIA WOLF QUAL QUÊ !

ZANGAS NÃO EXISTIAM!
ZARPAVAMOS CADA UM PARA SEU LADO E REGRESSÁVAMOS FELIZES E REENCONTRADOS
AOS ABRAÇOS
UM AO OUTRO!

SAUDADES!

AGORA, NÃO SEI ONDE ESTOU!
PARECE-ME QUE DORMI, DORMI, DE NADA ME LEMBRO
E AQUI CAÍ
DO CÉU AOS TRAMBULÕES, MELHOR

AOS TRAMBILHÕES DO CÉU ...

E OIÇO FALAREM DE DISCUSSÕES
ENTRE
CASAIS!!!!!!!!!!!!



D. MARIA (que caiu de algures , na Terra)

14/12/07 7:35 da tarde  
Blogger Emma Larbos said...

Na versão dos três porquinhos que eu li em criança (depois vi várias outras diferentes) o lobo acabava a tentar entrar na casa de cimento do porquinho mais velho pela chaminé e caía de rabo dentro da lareira. Depois de assado, era comido pelos três porquinhos. Confesso que esta foi uma das histórias mais perturbantes da minha infância. Primeiro porque o universo se me apresentava reduzido à equação "ganha quem come, perde quem é comido" de uma forma precocemente crua. Depois porque a história se me fundiu no espírito com a do Pai Natal e nunca mais tive a mesma confiança no velhinho das barbas e depois porque o porquinho mais novo era o mais estúpido, o que me parecia uma grande injustiça, sendo eu irmã mais nova. Felizmente que sempre tive uma maneira saudável de lidar com as angústias existenciais (se calhar porque não consegui acabar de ler A Náusea) senão os três porquinhos ter-me-iam conduzido direitinha ao divã do psiquiatra.

14/12/07 11:49 da tarde  
Blogger margarida já muito desfolhada said...

Senhor'Haddock, tenho andado para vos perguntar: o que quer dizer a vossa despedida a&b, quando respondeis aos nossos comentários?
Obrigada

15/12/07 1:43 da manhã  
Blogger santiago said...

O Capitão não gosta de poesia, diz que de uma maneira geral é muito triste mas este post é poesia.
E este filme está entre os meus vinte.

15/12/07 3:30 da manhã  
Blogger tolilo said...

haddock, já fizeste a árvore de natal?

15/12/07 2:05 da tarde  
Blogger Boop said...

O capitão pirou-se!

"Quem tem medo do capitão, do capitão, do capitão?"

15/12/07 6:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Existe também um filme, chamado :

"quem tem medo da vagina wolf"

15/12/07 9:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=X7WivdE2IdI

15/12/07 9:38 da tarde  
Blogger Caiê said...

Bom, eu tenho mais medo dos 3 porquinhos porque são 3 e a união faz a força, do que do lobo mau!
Quanto à virgínia... depende. há vírgínias más no trabalho e mansas em casa e dessas não tenho muito medo. só tenho medo das vírginias fortes em todas as frentes!

16/12/07 1:31 da tarde  
Blogger Caiê said...

Bom, eu tenho mais medo dos 3 porquinhos porque são 3 e a união faz a força, do que do lobo mau!
Quanto à virgínia... depende. há vírgínias más no trabalho e mansas em casa e dessas não tenho muito medo. só tenho medo das vírginias fortes em todas as frentes!

16/12/07 1:31 da tarde  
Blogger galatea said...

muy INTERESANTE este post. Soy admiradora de Virginia Woolf, y ella no era un lobo malo, sus descompensaciones eran por su fragilidad a un mundo lleno de cerditos, excelente la analogía

16/12/07 2:33 da tarde  
Blogger mixtu said...

acabei de comprar, os coelhinhos descobrem a floresta...

abrazo europeo

16/12/07 3:11 da tarde  
Blogger foryou said...

Mas quem é que te enfiou esse barrete do lobo ser mau??!! Se o lobo é mau o que chamarias tu à ministra da educação ou ao ministro das finanças já para não falar do exº 1º, hã??!!

Grande filme!! Grandes interpretações!

E já agora... eu por acaso não tenho medo de viver quando muito tenho medo que as ilusões se me acabem

16/12/07 4:57 da tarde  
Blogger burro said...

capitão, peço desculpa, mas vou empregar uma palavra proibida: não o tendo visto por aqui, espero que esteja a gozar umas merecidas e desejadas FÉRIAS. Se não, bom Boas Festas. E poupe-se, que os seus postais devem dar bastante trabalho...

16/12/07 6:43 da tarde  
Blogger Haddock said...

boas!!

subindo...

caro burro, não não estou a gozar asterisco nenhum!!!! mas recebo com emoção essas tuas palavras de cuidado...

foryou, enganaste-te. pessoalmente acho muito mais piada ao lobo do que aos palermas dos 3 porquinhos. quanto à outra bicharada, manda o decoro que nem piemos...

mixtu, só por curiosidade, em que secção da livraria foste buscar a história??

galatea, o lobo mau seria, no caso, a angústia patológica dela.

caiê, tipo: a fragilidade faz a doçura??

anónimo do sorriso, eu não sorri, ri imenso!!! perdou-te as renas e tudo!!

migvic, que elegância... premiado e tudo, não duvido.

boop, medo de mim??? brincamos??? e não me pirei, só não tive tempo... mas volto sempre ao lugar do crime! e o meu nariz é bastante proporcionado, oras!!

tolilo, estás aqui estás com a máquina zero no caracol!!

santiago, não lances boatos!!! olha a minha reputação...!!

margarida, a&b = abraços & bjecas.
preferíamos J&B, mas não resultava...

senhora De larbos, esta não é uma das histórias de infância que nos tiravam o sono... o mesmo não podemos dizer da alice no país das maravilhas. já o gato das botas sempre achámos cretino!

d. maria, nota-se que ressuscitou ainda mais destrambelhada, aide: animada!! faço votos para que (não) se cruze com o coelhinho.

hora tardia, não?? que sorte!!!

amélia, concordamos inteiramente. antes discussão a paz podre!! mas... coitados dos vizinhos, então!!

frioleiras, bem... nothing compares to dogs!!

merdinhas, podes desconversar à vontade! mas será que ninguém aprende com o déjà vu???


vénias, a&b!!

16/12/07 7:52 da tarde  

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