domingo, maio 25, 2008



Era nossa intenção recordar Medeia, na versão de Eurípides, que de tão má(goada) mata os filhinhos; mas partilhamos a opinião da maioria inteligente, que acha que se deve deixar para "amanhã" aquilo que não tem de ser feito hoje.

Depois damos notícias...


Clicai ou não!


quinta-feira, maio 15, 2008



O PONTO DE EMBRAIAGEM

E

A NESPRESSO ("what else?")






Como é sabido (ou não...), a embraiagem, entre outras funções complicadas, destina-se a desligar o motor das rodas motrizes (ou será da caixa de velocidades?).

Em "chassos" ("chaços"?), perdão, em carros como o nosso, a embraiagem é accionada através de um pedal (o primeiro a contar da esquerda dos três supra representados).

É pressionando esse pedal, de preferência com o pé - como o próprio nome aconselha -, que engatamos (engrenamos) uma mudança ao movimentar o manípulo da caixa de velocidades,
de preferência com a mão - e pela mesma razão.

Uma sucessão elegante e quase sincrónica de movimentos.

Verdadeira cumplicidade entre pés e mãos: o direito larga o pedal (direito) de controlo da velocidade - vulgo: acelerador - ao mesmo tempo que o esquerdo pressiona o da embraiagem; a esquerda segura o volante, libertando assim a direita para o engate da mudança de velocidade.

É este o momento de intimidade entre carro e condutor.

Porém, o verdadeiro talento do condutor afere-se pela facilidade em alcançar o "ponto de embraiagem", também conhecido por "meia embraiagem", ponto em que se consegue manter o carro quase imóvel (embora, obviamente, ligado / "vivo"...), compensando a pressão no pedal da embraiagem com a pressão no acelerador, sem o deixar "morrer".

É certo que não se deve abusar desta operação; mas ela é quase inevitável nas manobras de estacionamento, especialmente se não se conseguir mais do que um lugar acanhado para o efeito.

Ora, o controlo humano da embraiagem tem os dias contados pelo simples motivo de que a caixa de velocidades tende a ser automática, automatismo esse que tem vindo a "democratizar-se".

Dir-se-ia que isso é bom, assim como, supostamente, é preferível o GPS ao enorme mapa de papel desdobrável ou o avisador de proximidade de um obstáculo (o irritante "pii...pii...pii...") ao "crash".

Com o devido respeito pelo facilitismo, não concordamos!

É que assim retira-se todo o prazer da condução. Mais: acaba-se com a arte de conduzir, nivelando por baixo os condutores, que passam a ser todos maus, pois também já não precisam ser bons, uma vez que o carro faz tudo por eles.

As escolas de condução que se ponham a pau (o que até nem será mau...)!







E quando se fala de embraiagens, fala-se de qualquer outra coisa, como, por exemplo, de máquinas de café.

Se não, vejamos:

Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), não há hoje em Portugal lar que se preze (tirando porventura o nosso...) em que não haja uma Nespresso!

Falamos, como bem sabeis, de uma estilizada máquina de café expresso, cuja concepção foi encomendada por uma conhecida multinacional de papas para bébé e que funciona à base de cápsulas (a máquina, não a multinacional das papas...).

E há cápsulas para todos os gostos, em que o café pode ser aromatizado com as coisas mais estapafúrdias.

Disseram-nos, inclusivamente, que já está disponível no mercado nacional café com aroma a sardinha assada.

Mas, honestamente, nem é isso que nos incomoda. Por nós, até pode cheirar e/ou saber a chá!

O problema não é a novidade, em si.

Mais uma vez, o que nos choca é o automatismo e também o uniformismo.

Deixa de haver surpresas...

É que antes era possível errar na dose de café: da "pólvora" à "cevadinha"...

Também era possível - como aliás aconteceu esta manhã connosco - entornar meio pacote de café na cozinha em pleno cenário de atraso laboral.

Agora não!






Entristece-nos isto das cápsulas...

Onde pára o café de balão, por exemplo?


Extraordinário espectáculo visual, esse, embora aqui pindericamente recordado pela Bodum, que prescinde da indispensável lamparina, ligando o balão à corrente eléctrica (não se vê, mas é assim)...

E o que é feito da, incomparavelmente eficaz, cafeteira de alumínio, hum?

Juízo final, que é como quem diz "moral da história": somos pelos bons e maus cafés, desde que tenham personalidade, ****!




quinta-feira, maio 08, 2008




"In a hierarchy, every employee tends to rise to his level of incompetence"





Em inglês por ser mais alternativo...

É o célebre princípio de Peter.

Diz que em organizações burocráticas e hierarquicamente estruturadas os funcionários tendem a ser promovidos acima do seu nível de competência.

Significa isto que estagnam na progressão na carreira quando alcançam um nível para o qual já não são competentes.

Mas permanecem lá, para prejuízo da organização.

Congelamento do grau hieráquico? Proibição do retrocesso?

Uma tese muito criticada, claro! Pelo determinismo, pelo pessimismo, etc.

Mas que denuncia os eventuais deméritos da meritocracia, especialmente o do risco de degenerar em mediocridade.

Também podíamos introduzir como sub-tema o "QI" como o critério mais comum (e perverso) na selecção e promoção laboral. Ou fazer extrapolações do princípio para universos não hierarquizados, como o "blogal". Mas já chega.

De qualquer modo, ocorreu-nos este assunto por ser sério, por nos faltar outro e para pôr termo à asneirada do anterior...

Fazei de conta que este postal é datado do dia do trabalhador.







sexta-feira, maio 02, 2008



ENSAIO CRIATIVO SOBRE

O BAIXO CALÃO

OU

O PODER EXORCIZANTE

DO PALAVRÃO




Em tempos, fomos vítimas de uma torpe
difamação.

Acusavam-nos, sabemos lá (...), de exagerar no impropério ou no vitupério, como se fôssemos viciados no opróbrio, além de outros dislates.

Ora, vós sois ilustres testemunhas da nossa sobriedade no nobre acto da expressão verbal. Sobriedade ped/eleg...ante, acrescente-se.

Incontáveis foram as vezes em que dolorosamente nos contivémos, reprimindo pequenos e (quase) inocentes palavrões, quando as ocasiões até reclamavam muito mais, quem sabe uns chapadões...

Excepcionalmente, lá recorríamos à pudicícia técnica do *asterisco*.

Só que tudo isto nos fez e faz mal à saúde. À nossa saúde e à própria vividez da língua.

Decidimos, por isso, prestar homenagem ao baixo calão.

Pois que pode ser rude, obsceno, agressivo, imoral, etc.

Mas por vezes é tão exorcizante, que se torna terapêutico e, ao mesmo tempo, (insolentemente) eloquente!

Não querendo nós, porém, ferir susceptibilidades, achámos interessante a ideia de inventar um palavrão que pudesse ser de uso corrente por aqui, sem ofender muito...

Tarefa difícil, apesar da nossa já vasta experiência em neologismos.

Pensámos, embora à pressa, em vários como: chulézesco, miiocéfalo, ostraquídeo, bafunzão; e em expressões como: vai mazé declinar ou vai-te esgardunhar. Fraquinhos, pois...

E é por isso que aceitamos sugestões ... de preferência não muito sugestivas ... (lembrai-vos da borracha censória!)





(só para adultos!)