"Je me suis enterrée vive dans mes châteaux. Un soir d'orage vous êtes entré par ma fenêtre et vous avez bouleversé tout ce bel équilibre."
La Reine
Uma rainha prepara-se para celebrar o décimo aniversário da morte do marido, assassinado no próprio dia do casamento.
Com a sua raiva cósmica, a tempestade é um convidado desejado nesse ritual de luto doentio, que a levara a esconder o rosto e a uma contínua errância de palácio em palácio.
Desinteressara-se dos negócios do reino, embora estivesse consciente das conspirações e injustiças que fervilhavam na corte e que a sua ausência estimulava.
Nesse dia, de sabor premonitório, surge-lhe da intempérie uma estranha criatura, de notável semelhança fisionómica com o Rei: um ferido que ela esconde pela intuitiva percepção de que se iria iniciar uma catarata de acontecimentos inevitáveis.
Dá-se o encontro de dois seres de excepção: uma rainha que não reina, fechada nos seus problemas, e um anarquista que deveria matá-la, autor de um panfleto poético em que a atacava, acusando-a da pobreza do reino; panfleto que ela conhecia de cor e, mais, era um poema do seu agrado.
A partir daí, ambos podem executar o que no mais íntimo desejavam: fazer com que as suas estratégias de morte tivessem sucesso e, em conjunto, tudo era mais simples...
Mas os planos vão ser perturbados porque na estratégia da morte se intromete a estratégia do amor.
FIM
O texto é (com algumas alterações) de autoria de J. Henrique de Barros sobre uma peça de teatro de Jean Cocteau, magnificamente adaptada ao cinema por Antonioni.
Como seria de esperar, não contamos o fim.
COMUNICAÇÃO SOLENE AO PAÍS:
Sua Excelência Zé Lérias, resolveu acorrentar-nos com um "Memo", que ainda não percebemos muito bem o que é... Deve ter-lhe escapado aquele nosso post a que, inteligentemente, demos o nome de "contracorrente"!! Mas como não gostamos de desiludir os fregueses que pensam em nós, aqui fica esta belíssima história.
É suposto passar o testemunho a mais cinco bloggers...
Então, cá vai:
. aos que lerem este post sem o comentar.
. aos que figurarem como últimos comentadores (apressem-se, perceberam?).
. e ficam livres os que depositarem mais de duas esmolas!