sexta-feira, novembro 30, 2007



VINTAGE





Caso ainda não sabeis, é bom que ficais cônscios de que há temas interditos neste Sono.

E até levantarmos (e/ou ampliarmos) a proibição, são eles:

F***** (...érias);

N**** (...atal);

P********** (...assarinhos);

I**** (... dade).

E não tentais descobrir aqui sigla ou anagrama, que é perda de tempo.






Este "vintage" é neutro.

É uma espécie de "post-retro" ou post-retrô, para soar mais elegante o paradoxo.

Mas nada de à la recherche du temps perdu, que já basta de possidonismo.

Antes, à procura da ironia de fugir à moda presente com a moda passada.

Uma originalidade cada vez mais massificada, aliás.

E inclusivamente copiada pelos criativos, qual mito do eterno retorno.







Anglicismo, por sua vez derivado do francesíssimo "l'age du vin" ou porventura de "vendange" (vindima), vintage tinha de início apenas uma conotação enológica, servindo para designar vinhos que se distinguiam pela sua qualidade excepcional.

Como é o caso, ainda hoje, de certos vinhos do Porto, que envelhecem bem na garrafa.

Mas isto todos Vós sabeis, estamos certos.








Como também sabeis, seguramente (pois sois aborrecidamente cultos), que a expressão passou a ser aproveitada para designar peças ou artigos que marcaram uma época.

Primeiro apenas criações de alta costura, depois tudo o que ao olho ou até ao ouvido fosse "datável" e representativo dela, como, por exemplo, estes estafados cartazes.

E não tem que ser a época de há 20 anos atrás, aquela que se torna objecto de culto.

Embora, quando se consolidou a moda do vintage - nos anos 90 - o objecto de culto fosse, na ocasião, tudo o que lembrasse o tempo pretérito de havia duas décadas.






Hoje tropeçamos neste revivalismo a cada esquina.

Está mercantilizado. Embora sob disfarce de loja alternativa.

Ides à outra face da lua, para confirmação. Se quiserdes, claro!

Mas o vintage também se pode ouvir.

De preferência no prato.







E assim conseguimos publicar mais um postal inútil.

Amanhã vamos comer cogumelos.

Podemos não voltar...




Vai um Porto velho?


(clicai ou não!)



quarta-feira, novembro 28, 2007


Postal para pitosgas

ou

POSTAL PARA PITOSGAS






Pois que andam por aí a queixar-se (v.g. mna. boop') de que não nos lêem bem.

Que não sei quê, não sei que mais... que a letra é pequenina, que a cor fere ojolhinhos, nhé, nhé, nhé, nhé, nhé e nhé...


Então, vamos lá saber: tipo e tamanho, quais são melhores de enxergar?



arial, courier, georgia, lucinda grande, times, trebuchet, verdana ou webbing ?


arial, courier, georgia, lucinda grande, times, trebuchet, verdana ouwebbings


arial, courier, georgia, lucinda grande, times, trebuchet, verdana ou webbings


arial, courier, georgia, lucinda grande, times, trebuchet, verdana ou webbings

arial, courier, georgia, lucinda grande, times, trebuchet, verdana ou webbings







E a cor?

Esta de cima?

Azulinho? Brumelhinho? Verde? Amarelo? Rosa? (não, rosa não!) Lilás? Laranja?





Preferis com bold ou sem bold?





Tomaremos em devida atenção as vossas sugestões.

Despedimo-nos com amizade e empenho oftalmológico.

No caso, provável, de não podermos agradar a todos, deixamos este brinde.





Clicai ou não!


domingo, novembro 25, 2007



A maldição do

menino da lágrima rolante





Ride-Vos, ride...

Nós, não sendo embora supersticiosos, já nos desfizemos do "Menino da lágrima", que recebia em nosso hall todos quantos nos visitavam.

E o que nos custou!

Vem-nos à memória a luta fraticida que houve para ver quem ficava com o menino que iluminava a sala de visitas da casa de Nossos pais.

Mais valia termos ficado com as salazarentas andorinhas pretas que decoravam a entrada de Sua vivenda, como que a saudar quem viesse por bem...






Vós conheceis-Nos. Não somos de bagatelas.

O nosso menino não era cópia, mas um dos (estimados) 27 originais.

Não se sabe exactamente quem o pintou, mas a versão mais credível aponta para um espanhol, de nome Franchot Seville, também conhecido por Bragolin. E que, por reforçada ironia, vivia em Madrid.

Consta que foi precisamente nas ruas de Madrid que o pintor encontrou o menino a vaguear com a expressão triste que o iria imortalizar.

Estamos em 1969. Bragolin acolhe-o e pinta o retrato.

Não liga aos conselhos de um piedoso padre no sentido de que se livrasse da criança, supostamente chamada Don Bonillo, que havia fugido após assistir à morte dos pais num incêndio.

Dizia o pároco que ela atraía a desgraça e que por onde passava estranhos fogos aconteciam, sendo por isso já conhecida por "El Diablo".

Certo dia, o estúdio do pintor é misteriosamente destruído por um incêndio. Transtornado, Bragolin acusa o menino, que foge, nunca mais sendo visto.

Anos mais tarde, perto de Barcelona, dá-se um acidente rodoviário. O condutor de um dos veículos envolvidos fica completamente carbonizado. Salva-se parte da sua carta de condução: tinha 19 anos; chamava-se Don Bonillo.



Nos primeiros anos da década de 80 inicia-se a histeria do "menino da lágrima". Raro o lar que não o exibia.

Mas, pouco tempo depois, verificou-se (especialmente em comunidades anglo-saxónicas...) a preocupante tendência para a ocorrência de incêndios nas casas em cujas paredes o menino estava pendurado.

Mais: tudo acabava consumido pelas chamas, menos o quadro do menino da lágrima...

Até cultos satânicos se desenvolveram à conta do petiz da lágrima rolante.

Estigmas...



De partir o coração!

(clicai ou não!)



quinta-feira, novembro 22, 2007



TOMAI!

O postal que nunca faremos...




Aos fregueses que têm por desprendido hábito, aqui ou ali, só ler a primeira linha dos postais ou "retinar" o primeiro quadro pendurado, fica o aviso:

Esmolas a despachar, do tipo: "ai tão lindo, eu também gosto muito do Amadeo", levam logo com a borracha!

O assunto é sério! E, sim, é de caixa registadora.

Não era para ser. Mas agora é.

Ainda pusemos a hipótese de celebrar mais umas divas ou divos da sétima arte.

Até pensámos no Béla Lugosi.

Não, não é andrógino, é húngaro, depois naturalizado americano (E.U.).

Vasto saber wikipédico sobre o senhor...






Saber que até gostávamos de partilhar sobre o mais famoso dos vampiros...

Já que o Drácula se confunde com o artista.

Contávamos-Vos a história da ascensão e queda deste.

Da importância, já no fim da carreira de Lugosi, de Ed Wood; considerado por muitos o pior cineasta de todos os tempos e do planeta inteiro.

Do resultado da parceria.





Mas já não contamos!

Para quê?

Para depois olharmos para a caixa e vermos, ao fim de não sabemos quantos dias, umas míseras 30 ou 40 esmolas?

E quem paga ao pessoal no fim do mês?

Nostalgia das 300'as...






E até imaginámos - vejais! - dar uma ambiência neo-gótica ao postal.

As ideias lindas que tínhamos...

Azar o Vosso! Ficam só para Nós.



Também, Béla Lugosi está morto!

(clicai ou não!)

segunda-feira, novembro 19, 2007



O MANIFESTO DOGMA 95

&

A FOTONOVELA






Como é manifestamente sabido, o Manifesto Dogma 95 foi criado pelos cineastas dinamarqueses Lars von Trier e Thomas Vinterberg como reacção ao cinema comercial.

Compreende uma série de restrições quanto ao uso de certas técnicas nos filmes, bem como algumas normas quanto aos conteúdos.

Consta que em 45 minutos Trier e Vinterberg fixaram as regras do Dogma 95, também conhecidas como “voto de castidade”, a saberdes:

1) As filmagens devem ser feitas em locais exteriores. Não podem ser usados acessórios ou cenografia (se a trama requer um acessório particular, deve escolher-se um ambiente externo onde ele se encontre).

2) O som não deve ser produzido separadamente da imagem ou vice-versa. A música não poderá ser utilizada, a menos que ressoe no local onde se filma a cena.

3) A câmara deve ser usada na mão. São consentidos todos os movimentos - ou a imobilidade - devidos aos movimentos do corpo. (O filme não deve ser feito onde a câmara está colocada; a câmara desloca-se conduzida pela acção).

4) O filme deve ser a cores. Não se aceita nenhuma iluminação artificial. (Se há pouca luz, a cena deve ser cortada ou, então, pode colocar-se uma única lâmpada sobre a câmara).

5)São proibidos os truques fotográficos e filtros.

6) O filme não deve conter nenhuma acção "superficial" (homicídios, armas, etc.).

7) Não são consentidas as deslocações temporais ou geográficas. Significa isto que o filme se desenvolve em tempo real.

8) Não são aceites os filmes de género.

9) O filme deve ser em 35 mm.

10) O nome do director não deve figurar no genérico.


Todos os filmes que recebem o reconhecimento do Dogma 95 seguem as 10 regras estipuladas por Trier e Vinterberg. Para tanto, os realizadores devem enviar cópias dos seus filmes à entidade que gere o Dogma 95 e submetê-los à avaliação. Caso aprovado e verificado que o voto de castidade foi cumprido, os autores recebem o Certificado Dogma 95.


Provavelmente sabeis, mas, caso contrário, ficais a saberdes que o próprio Lars von Trier só uma vez respeitou este protocolo num filme sugestivamente chamado "Os idiotas".



E perguntais: Mestre merceeiro, mas o que é que isto tem de interessante?

E nós respondemos-vos: quase nada, mas faz parte da cultura geral de um freguês que se preze. Ou só vos interessais por fotonovelas?
...

Então, tomai!





Em Outubro de mil nove e cinquenta e nove a Crónica Feminina anunciou que o seu terceiro aniversário seria comemorado com uma surpresa. No número 157 de 26-11-1959 a surpresa foi revelada: tratava-se da primeira fotonovela portuguesa, publicada por episódios. A Crónica Feminina tirou 34.000 exemplares desse número.


"Casamento por Anúncio" era o nome da história.

O jovem herdeiro de uma editora recebe um ultimato do pai: tem que deixar as noites de pândega e encontrar noiva no prazo de um mês ou será deserdado.






O jovem Alberto Mendes apesar de sair cada noite com uma mulher diferente, descobre que não conhece nenhuma com quem admita a possibilidade de se casar e por isso põe um anúncio no Diário de Notícias: "Jovem alto, simpático e rico, deseja conhecer menina de bons sentimentos, mesmo pobre, para fins matrimoniais. Assunto sério".





O jovem Alberto é interpretado pelo desenhador da revista, o pai por um jornalista da mesma e a editora em causa é a própria Agência Portuguesa de Revistas – de que as fotografias oferecem imagens do interior, incluindo o célebre arquivo de todas as publicações editadas. Enfim, tudo - ou quase tudo - deliciosamente "caseiro".



(não, não é o Alberto!)


A partir desse número, a fotonovela tornou-se uma rubrica constante no semanário feminino. A directora, porém, não via, de início, com bons olhos o que considerava ser uma degradação da qualidade dos conteúdos, mas as experiências italiana, espanhola e brasileira asseguravam-lhe que a iniciativa ia de encontro às preferências do mercado.

E, de facto, um inquérito realizado em Outubro de 1960 comprovava que a fotonovela era a rubrica da Crónica que suscitava maior preferência.



Pieguice saloia...

(clicai ou não!)




sábado, novembro 17, 2007



SVENSKA SKÖNHET

(och vice versa...)



Svenska är ett östnordiskt språk som talas främst i Sverige, på Åland och i delar av Finland av drygt 9 miljoner människor. Det är ömsesidigt begripligt med två av de andra nordiska riksspråken, danska och norska.

Skönhet = Stimulering för ögat

Se även
estetik och skönhetsmedel.




Då Garbo var fjorton avled hennes far och hon fick arbete i en frisersalong för att sedan börja arbeta som butiksbiträde på varuhuset PUB i Stockholm, där hon även arbetade som fotomodell för olika tidningsreklamer. Hennes första filmroll kom då hon spelade in en reklamfilm, även den för varuhuset. Den första rollen i en spelfilm kom då hon hade en liten roll i kortfilmen Luffar-Petter 1922. (Stumfilm)


Mellan
1922 och 1924 studerade Garbo vid Dramatens elevskola i Stockholm. Under studietiden träffade hon filmregissören Mauritz Stiller, som var en av hennes lärare. Han gav henne en roll i sin film Gösta Berlings saga (1924), och det var även han som gav henne artistnamnet Greta Garbo. Därefter hade hon huvudrollen i två filmer i Sverige och en i Tyskland.


1925 for Stiller till USA för att arbeta för filmbolaget Metro-Goldwyn-Mayer, och han insisterade på att även Garbo skulle få ett kontrakt med dem. Vartefter Garbos kändisskap växte avtog hennes och Stillers vänskap. Han avskedades av MGM 1928, då han återvände till Sverige, där han avled kort därefter.






Ingrid Bergman, född 29 augusti 1915 i Stockholm, död 29 augusti 1982 i London i Storbritannien, var en svensk skådespelerska. Hon är en av de få svenskor som kan kallas Hollywoodstjärna.


Bergman var dotter till konstnären Justus Bergman och Friedel Adler; Friedel var från Tyskland. Hon var gift tre gånger, med
Petter Lindström (1937-1950), Roberto Rossellini (1950-1956) och Lars Schmidt (1957-1976).


Bergmans föräldrar dog när hon var ung, och hon växte upp hos släktingar. Hennes skådespelarbana började med studier på
Dramatens elevskola, och hon hade under denna tid en liten roll i filmen Munkbrogreven, 1935. Efter ett dussintal filmer i Sverige (däribland den klassiska Hjalmar Bergman-filmatiseringen Swedenhielms) fick hon kontakt med USA och Hollywoodproducenten David O. Selznick, som gav henne ett filmkontrakt. Hennes första film i USA, Intermezzo, var en nyinspelning av en film hon gjort med Gösta Ekman i Sverige.


Bergman gjorde snart ett starkt intryck på filmpubliken med sin friskhet och naturlighet, särskilt när hon spelade Maria i filmen For Whom the Bell Tolls (
Klockan klämtar för dig) 1943. Riktigt stor stjärna blev hon när hon gjorde Casablanca, 1942 och spelade mot den legendariske Humphrey Bogart. Fina rollprestationer gjorde hon också i Alfred Hitchcocks filmer Spellbound (Trollbunden), 1945 och Notorious (Kvinna - spion), 1946.


1950 mötte hon filmregissören Roberto Rossellini och hon blev hans älskarinna samtidigt som hon hade en roll i hans film Stromboli. Båda var redan gifta och deras kärleksaffär var en mediaskandal, som orsakade henne vissa problem yrkesmässigt, eftersom ingen i Hollywood vågade ha med henne att göra. Paret fick sonen Robertino och senare tvillingarna Ingrid Isotta Rossellini och Isabella Rossellini.


Efter några filmer för Rossellini, som varken konstnärligt eller ekonomiskt blev framgångsrika, fick Ingrid Bergman åter filma i Hollywood. För
Anastasia, 1956 fick hon sin andra Oscar och var åter en lysande stjärna på Hollywoodhimlen. Därpå följde en rad filmer, mestadels romantiska komedier (Indiskret 1958, Kaktusblomman 1969 och Mordet på Orientexpressen 1974, som gav henne en tredje Oscar för bästa kvinnliga biroll).


Ett slags storartad slutpunkt för hennes filmkarriär blev det när
Ingmar Bergmans roll i Höstsonaten (1978) gav henne möjlighet att göra sin mest inträngande rollprestation någonsin.


Bergmans sista film blev en
TV-film 1982, A Woman Named Golda, i vilken hon spelade Israels tidigare premiärminister Golda Meir. Hon dog på sin födelsedag 1982, efter en tids sjukdom (cancer) och ligger begravd på Norra Begravningsplatsen i Stockholm.


Bergman är en av de internationellt mest kända svenskarna och hennes namn nämns fortfarande med respekt i filmvärlden som bland de främsta skådespelerskorna genom alla tider.






Inger Nilsson, född 4 maj 1959, svensk skådespelerska.


1969 blev 10-åriga Inger Nilsson från Kisa i Östergötland Pippi med hela svenska folket genom TV-serien Pippi Långstrump. Det blev Pippi-hysteri i hela Sverige och 1970 gjordes två långfilmer På rymmen med Pippi Långstrump och Pippi Långstrump på de sju haven. Inger blev även berömd utomlands eftersom Pippi-filmerna gick på export och visades i många länder.


Inger har haft en liten roll i filmen "Kajsa Kavat". Inger blev 1975 utsedd till årets dotter i tidningen DALA-DEMOKRATEN. Efter skolan utbildade hon sig till sekreterare och fick arbete på Svea Chokladfabrik, sedan valde hon att satsa på en skådespelarkarriär. Hon var rekvisitör på
Östgötateatern, spelade i fyra år på Kronobergsteatern i Växjö, medverkade i Hagge Geigerts farser Panik på kliniken och Omaka parLisebergsteatern i Göteborg.

Fortfarande är hon starkt förknippad med rollen som Pippi, vilket har medfört att hon haft svårigheter att få andra roller. De senaste åren har det varit glest mellan engagemangen och Inger har försörjt sig som läkarsekreterare.





Pippi Långstrump är en av Astrid Lindgrens mest kända litterära figurer och även namnet på den första boken om henne och hennes vänner, Tommy och Annika. Pippi-böckerna finns översatta till 63 olika språk.


Pippi, med det fullständiga namnet Pippilotta Viktualia Rullgardina Krusmynta Efraimsdotter Långstrump, är en ovanlig flicka. Särskilt på
1940-talet, då böckerna kom ut, kunde hon upplevas som kontroversiell: Hon är världens starkaste, har fräknar och röda flätor som står rakt ut, säger emot vuxna och är ouppfostrad.

Hon bor utan föräldrar i ett hus kallat Villa Villekulla tillsammans med sin prickiga häst Lilla gubben och sin apa Herr Nilsson. Hon äter krumelurpiller, hennes mamma är i himlen, hennes pappa är "negerkung" på en söderhavsö och hon har en väska full med guldpengar. I böckerna om Pippi myntas även begreppet pluttifikationstabellen.



quarta-feira, novembro 14, 2007




BELEZA AMERICANA




Foi grande a surpresa quando G. W. Pabst escolheu para o papel de Lulu, em a "Caixa de Pandora", Louise Brooks, estrela do cinema mudo norte-americano.

O público alemão da altura nunca percebeu por que razão Pabst preferiu uma actriz estrangeira como protagonista de um filme que retratava a decadência de costumes burgueses da sociedade alemã. Marlene Dietrich foi preterida.

Só que "Lulu" não era um papel fácil. Tinha que combinar sensualidade e inocência. Qualquer excesso ameaçava converter Lulu numa predadora de homens, numa mulher perversa ou até, porventura, numa Lolita avant la lettre. Para Pabst, Louise prometia garantir o desejável equilíbrio.

Estamos nos finais dos anos 20.





Por partes...

Partimos do princípio de que sabeis, mas no caso de não saberdes:

O filme "Caixa de Pandora" - hoje, de culto - baseia-se em duas peças da trilogia "Lulu", de Frank Wedekin.

Lulu é uma jovem prostituta de luxo, que ambiciona casar com o seu amante, um viúvo rico e respeitado dono de um jornal (Dr. Peter Shön).

Fica devastada quando este anuncia que vai casar, com a desculpa de que não pode mais ser visto com uma mulher de carácter duvidoso.

Em retaliação, Lulu propõe-se seduzir o filho de Shön, Alwa, que sempre a adorou e que acaba por interceder a seu favor para participar num espectáculo.

Na noite da respectiva estreia, comparecem Shön e a noiva. Shön não resiste a Lulu e acaba por ser supreendido pela noiva, que prontamente rompe o compromisso.



O memorável apanhanço em flagrante delito:




***




Embora relutante, Shön acaba por aceder casar com Lulu. Mas na noite do dia de casamento é morto.

Lulu acaba por ser condenada por homicídio, mas o seu antigo "chulo" arquitecta a fuga e rumam a Paris.

Após destruir todos os que a rodeiam, personificando assim a "caixa de pandora", Lulu acaba nas ruas de Londres a prostituir-se, sob a ameaça de Jack o Estripador...






Numa época em que o cinema (mudo) ainda vivia do exagero das expressões caricaturais, Louise Brooks impressiona pela naturalidade. O gesto, o sorriso, mas principalmente o olhar, são capazes de transmitir toda a ambiguidade de Lulu.

Mérito de Pabst também, que percebeu que Louise era uma actriz intuitiva e com uma expressividade invulgar.

E não, ele não era expressionista (ao contrário de Wedekin). Dizem os nossos conhecimentos wikipediais que estava mais virado para "a nova objectividade"...






O melhor que se arranjou...

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domingo, novembro 11, 2007



DECREPITUDE?




Para os fregueses mais novinhos, o senhor de cima é um severo professor, chamado Immanuel Rath, que um dia se deu conta de que alguns dos seus alunos passavam, entre eles, cartões postais que exibiam uma sensual cantora de cabaré e que anunciavam o seu espectáculo no "O Anjo Azul", um clube local.

Na noite desse dia, e no propósito de os surpreender, Rath vai até ao cabaré. Acontece que é envolvido pela atmosfera viciante quando a sedutora Lola Lola entra em cena. Meias altas, cinta de liga, colete e cartola...

Após a apresentação, dirige-se ao camarim de Lola, que lhe serve champanhe e canta para ele. No dia seguinte acorda na sua cama.

Ao chegar à escola depara-se, no quadro negro, com caricaturas obscenas e desenhos maliciosos. É despedido. Procura conforto em Lola. Casam-se. E inicia-se uma espiral de humilhação.




Ich bin die fesche Lola



Ich bin von kopf bis fuss auf liebe eingestellt






Salvo melhor opinião (que só concebemos existir por mero dever de merceeiro), os alemães têm um talento impar para comunicar a angústia.

Calma. Não vamos falar do expressionismo alemão. Isso fica para o seminário de Verão.

Falamos da impressão fortíssima e angustiante que nos causam algumas obras da arte deles.


O "Anjo Azul" é um exemplo, entre tantos.


Mas sempre fomos seduzidos pelo (som) ambiente do cabaré alemão.




O velho...







... e o renovado.



Mas não só.

Rendemo-nos também à capacidade deles para retratar com cruel beleza, e em concomitância, o amor e a decrepitude.

...

Um homem de meia idade viaja até Veneza. Apaixona-se platonicamente por um jovem rapaz extraordinariamente belo e morre sem sequer ter trocado uma palavra com ele.

Morte em Veneza, Thomas Mann.

Magnífica adaptação ao cinema por Visconti (ao som de Mahler).

Este, pelo menos, os fregueses mais novinhos devem ler e/ou ver.





***


***




A imagem da tinta, que tingia o cabelo para enganar a idade, a escorrer pelo rosto, por acção do sol, cola-se à memória...







E para nos penitenciarmos pela negritude e pelo abuso youtubal (que só clicais se quiserdes), vai já a caminho a risonha Gertrud com bjecas para todos!





Também se arranja umas bratwurst para trincardes!



quinta-feira, novembro 08, 2007



Eu, Possidónio





Escrevo aqui com esforço hercúleo, pois considero estas páginas virtuais um insulto à mais modesta das inteligências.

E não só à inteligência, mas também à elegância e ao bom gosto.

Mas, por esta vez, cedo à instância quasi impetrante de muitos que admiram o meu maneirismo semântico.

Tentaram persuadir-me de que não desperdiçaria a minha retórica vindo aqui, antes a tornaria acessível ao povo, educando-o.

Só que não confio na democracia como sistema. Ela traz de arrasto a banalização das oportunidades, o que é, além de indesejável, perigoso.

Qualquer dia falaríamos como vestimos: de modo igual. Ou aparentemente igual... Inventar-se-ia uma linguagem Zara para passar por Prada.

Ora, eu cultivo a minha Identidade Maior.




Não foi esse, portanto, o argumento que me convenceu.

A palavra mágica não foi "educar" - patético desiderato... -, mas "sanear".

Conseguir enfeitiçar, com a melodia do meu discurso, os moradores desta cidade.

E conduzi-los, hipnotizados pelo som da minha eloquência, ao bloguecídio!

Mas assim a cidade fica vazia, dirão.

Não. Fica cheia de mim!

E à espera de outros como Eu!







Haja qualidade no canto das palavras!

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segunda-feira, novembro 05, 2007



SANCTA IGNORANTIA

NOSTRA...






Nós, que sempre ostentámos o título de "Senhor da Empáfia", assumimos hoje, com a humildade que o nosso Orgulho consente, a nossa (praticamente) diária condição doméstica.


E, sem - remotamente, sequer! - querermos desprestigiar, ainda que por aquele precipitado "contágio florestal", os profissionais "a dias", temos de reconhecer que foi sempre com sobranceria que limpámos o pó de Vossos lares.


Defendíamo-nos, assim, do que considerávamos ser o vexame dessa tarefa, interiorizando - preferencialmente em latim (língua que sempre acreditámos dominar lindamente, como se ainda estivesse viva...) - que esse era um modus vivendi, que, além de nos prover sustento, nos propiciava a satisfação de nos acharmos o maximum.


Há que confessar que fumávamos demais...





Mas depois de assumirmos a soberba, decidimos limparmo-nos das impurezas narcisistas...

E agora, a sobriedade, melhor (também nada de exageros...): a serenidade introspectiva, obriga-nos a reconhecer que aprendemos muito nos lares que servimos. E, por isso, vamos deixar-nos (até ver) de (algumas) parvoíces...





Aprendemos, verbi gratia, que aquilo que dantes víamos como futilidade (incluindo de natureza capilar) pode, ainda que com muito esforço de vontade, ser considerado Arte (de preferência com os bracinhos decepados...).







E também que é admirável a prece para não regredir na Sabedoria.

Embora mais nobre ainda possa ser aquela em que "a" reclamamos.

(... ai como isto é insustentavelmente foleiro, rectius: belo; i.e, eis a insustentável beleza da antecipação legendária...)






Quereis moral da história, não quereis?

Não haveis percebido ainda?

Ora, favas! Esta é uma homenagem a Vós/Vodes (enfim, a quase todos os V's).





E estas (supra) são fotografias de Man Ray.




...


Que soubemos por um de Vós (vergonha a nossa...) ter sido também realizador de filmes.




Penitência...

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