A PSICOLOGIA DO TAMANHO

Há qualquer coisa de irresistível no eterno confronto entre o pequeno e o grande. Quer se fale de aspectos fisionómicos, de Mercedes, de povos ou nações, de economia ou de qualquer outra coisa, o grande aparece quase sempre em vantagem. Só por ser grande.
Mas, se calhar, por ser grande não comove tanto quanto o pequeno, a que facilmente se associa fragilidade e porventura até inocência.
Pode dizer-se que "menos é mais", mas já não que "menor é maior", ainda que possa ser melhor.
Vencem-se as impossibilidades matemáticas, mas não as físicas.
Johnathan Swift em "As viagens de Gulliver" teve a ideia sedutoramente fantasiosa de colocar o protagonista simultaneamente na condição de gigante e de anão sem, todavia, lhe alterar o tamanho...
Mas, se calhar, por ser grande não comove tanto quanto o pequeno, a que facilmente se associa fragilidade e porventura até inocência.
Pode dizer-se que "menos é mais", mas já não que "menor é maior", ainda que possa ser melhor.
Vencem-se as impossibilidades matemáticas, mas não as físicas.
Johnathan Swift em "As viagens de Gulliver" teve a ideia sedutoramente fantasiosa de colocar o protagonista simultaneamente na condição de gigante e de anão sem, todavia, lhe alterar o tamanho...
Enquanto o fascínio que Gulliver gera nos habitantes de Lilliput está associado à ideia de poder e de como ele pode ser um precioso aliado...

...em Brobdingnag, terra dos gigantes, Gulliver ganha a perspectiva dos lilliputianos. E aqui já não é símbolo de poder, mas objecto de curiosidade, que é sempre (perversamente...) despertada pelo insólito.
Uma espécie de brinquedo animado, gerador de alguma ambiguidade.
Uma espécie de brinquedo animado, gerador de alguma ambiguidade.

Também Barrie inventou Peter Pan, um rapaz que se recusa a crescer e que se dedica a aventuras mágicas.
Aqui, porém, a história é paradoxalmente mais séria porque os protagonistas são crianças. E Gulliver, pequeno ou grande, sempre foi adulto.
Séria e preocupante, pois não é natural o receio de ser "grande". Ou é?
Os entendidos dizem que não e até inventaram a "síndrome de Peter Pan" para designar certas disfunções comportamentais, como atitudes imaturas, rasgos de irresponsabilidade, narcisismo, rebeldia e, claro, negação de envelhecimento.
Muito gosta a psicologia de histórias infantis...
Até já inventaram o "complexo de Cinderela", para exprimir a ambivalência da mulher moderna entre o desejo de independência e a expectativa de encontrar o príncipe protector ou qualquer coisa do género...
Aqui, porém, a história é paradoxalmente mais séria porque os protagonistas são crianças. E Gulliver, pequeno ou grande, sempre foi adulto.
Séria e preocupante, pois não é natural o receio de ser "grande". Ou é?
Os entendidos dizem que não e até inventaram a "síndrome de Peter Pan" para designar certas disfunções comportamentais, como atitudes imaturas, rasgos de irresponsabilidade, narcisismo, rebeldia e, claro, negação de envelhecimento.
Muito gosta a psicologia de histórias infantis...
Até já inventaram o "complexo de Cinderela", para exprimir a ambivalência da mulher moderna entre o desejo de independência e a expectativa de encontrar o príncipe protector ou qualquer coisa do género...

Bom, mas não agravemos a confusão.
E, principalmente, não dramatizemos.
Isso de não querer crescer ou de não querer ser grande pode também dar belas metáforas de resistência e de loucura.
E só mais um clicai ou não!
E, principalmente, não dramatizemos.
Isso de não querer crescer ou de não querer ser grande pode também dar belas metáforas de resistência e de loucura.
E só mais um clicai ou não!