sexta-feira, julho 27, 2007



QUIET INTERLUDE


COM APRESENTAÇÃO DO MACACO





Já uma vez aqui recorremos a uns bons quaaludes para cair em sono profundo. Na altura, ficaram todos bastante preocupados com o aspecto da embalagem, receando que já tivesse expirado o prazo de validade dos comprimidos e que, por isso, não produzissem o efeito desejado.

Ora, podemos garantir que estes, não obstante o mau aspecto do rótulo, estão fresquinhos. Mesmo acabadinhos de sair da farmácia.






E, como recomenda o folheto explicativo, a ingestão vai ser ajudada com um líquido quente. Parece que potencia o efeito soporífero.



É que há momentos (raros) em que é mais inteligente ficar a dormir, para o bem de uns, apesar da imerecida sorte de outros.

Mas só porque este sono é virtual.







Mas o negócio não pode parar. Por isso contratámos um macaco argumentista.


Currículo invejável. Asseado (e desparasitado). De trato dócil. E facilmente explorável, já que se lhe não aplicam as (humanas) leis laborais.




(aqui está sem placa, o que o envelhece)


Além do mais, é muito inteligente e sensato. E sempre disponível para os outros.







Pode até vir a revelar-se um tédio enquanto blogger, mas é muito afectuoso (quase pegajoso).


Tem apenas um pequeno defeito. É graxista. Basta ver as sugestões fílmicas aí de baixo, que são dele... (desaconselhamos vivamente!)





&


(eu lá tenho este aspecto...)



P.S. não, ainda não tem nome. E agora já tem: Cid (macacocid)!


domingo, julho 22, 2007




DE BANDEJA

(Solilóquio de um solipso)





- Sabes, acho que só agora me dou conta de que me passou à frente dos olhos uma bandeja a transbordar de oportunidade.

- Não a viste? Distraído?

- A bandeja? Sim, vi.

- Pareceu-te vazia, então. Céptico...

- Pareceu-me demasiadamente fácil, entendes?

- Mal.... Desconfiado?

- Inesperado. Não procurava.

- Comodismo? Ou medo disfarçado de arrogância?

- De repente achei-me excepcional. E que tudo esperava por mim.





- Mesmo o tempo?

- O tempo e os outros.

- Doce engano... e então?

- Durante o voo reparei que estava em queda livre.





- E...

- Quis voltar atrás!

- Desafiar a gravidade do teu alter-ego?

- Em desespero, por mim... sim.




eu vi, mas não agarrei...

(clicai ou não)




e sobre a luta entre o ego e o seu alter:




quinta-feira, julho 19, 2007



COPY - POST

Elogio à preguiça

(e à inveja...)





Pois, na sequência do tratado, que tanto trabalho nos deu a escrever, sobre o facilitismo postal, e das inúmeras críticas e insultos com que nos mimosearam, decidimos deixar-nos ceder a essa tentação.

A essa e a outra: a de dizer mal de quem foi de férias.

E cujo regresso aguardamos com ansiedade, especialmente se nos vierem render no escritório.





E é tão fácil...

Abrimos o email. Para não variar, spam e mais spam. Forward e mais fwd. E isto por mais que digamos "não mandem, vai para o lixo!".

Mas desta vez não foi. Olhamos para os assuntos e vemos: "coisas que podemos fazer quando os nossos colegas estão de férias". Ora, isto interessa-nos! Se servir para os chatear...





Óptimas sugestões decorativas, que alegrarão o cubículo laboral.





E que farão com que percebam quanto nos esfalfámos na sua ausência.






É claro que tudo isto é feito fora do horário de expediente.

Mais se acrescenta que fazemos muitas horas extraordinárias à borla.





E AINDA:

Um dos melhores videoclips de sempre!

É que sem youtube não há post digno desse nome.

(clicai ou não na dignidade aí de cima)



domingo, julho 15, 2007



YOU TU(BE)?

- TUBE or not TUBE -









Nada disto tem a ver com a defesa dos direitos de autor, enfim com a propriedade intelectual dos outros, até porque aqui nos fartamos de gamar imagens e sons sem pedir licença e quantas vezes sem identificar o autor deles. Está mal, pois está... mas nós não nascemos com jeito para o desenho nem para a música e por isso temos que nos desenrascar assim.



Aliás, aproveitamos a oportunidade para deixar um público pedido de desculpas às vítimas (autores e herdeiros) do nosso surripianço. Mas nada de confusões: aqui não se plagia texto alheio e muito menos de outro blogger, coisa que - parece - vem sendo hábito. Ponhamo-nos a pau com esses larápios.






Na verdade, queremos é falar da preguiça postal. E já antecipamos a tareia que por aí vem...

Expliquemo-nos: a preguiça faz bem à saúde e as sestas são recomendadas. Mas sem exageros...

No contraditório ouve-se sempre: "falta de tempo e/ou de imaginação".

E se dantes essas razões faziam com que o último post publicado ficasse a ganhar pó, com o risco inevitável de as esmolas se irem rarefazendo, agora pegou a moda do youtube.

Oh, hoje não tenho nada para dizer... tumba: youtube!




"it's not my job..."



Por exemplo, tínhamos a ideia de fazer um post sobre a auto-intoxicação por estase intestinal e o papel da sangria e de outras técnicas purgativas, mas depois (e também por ser um tema tão desagradável) deu-nos a preguiça e pensámos em simplesmente substituir o sinestésico fado por um vídeozito qualquer.

Só que seria um contrasenso, já que nós fugimos dos links dos outros. Desde logo, porque vê-los gasta pilha e depois porque sempre achámos que o link, quando muito, completa um post, mas não é, só por si, um verdadeiro post.

E como dissertar sobre o nada já se tornou um hábito por estas bandas, optámos então por fazer jus à tradição e falar sobre um tema sem qualquer importância.

Como se "postar" fosse uma obrigação...

Se calhar devíamos ter falado sobre cães... Pronto, mas agora já está.




Mas ficam as (mais que conhecidas) sugestões:




&






P.S. e de tudo isto ficam obviamente a salvo os nossos estimados fregueses! (clicai ou não)

(e o enjoo floral não nos é imputável... mas à "tubagem" e respectiva falta de gosto; abstraíde!)


quinta-feira, julho 12, 2007



À LA CARTE





Isto de a contribuição esmolar, por mais generosa que seja, dar direito aos fregueses de opinarem sobre os temas dos posts que se seguem só pode ser fruto - e perdoem-nos a franqueza - de um enorme atrevimento.

E não bastasse esse atrevimento, que pode até ser interpretado como uma insinuação de que os temas que aqui trazemos a debate não são do Vosso agrado, ainda propõem motes de que nem o diabo se lembraria.

Pronto, exageramos; até pode ser. Mas, convenhamos, o que dizer da "sinestesia", das "religiões" e do "fado"?








Hoje acordámos com os códigos de memória baralhados. Ouvimos a luz da manhã bater na janela sem sequer chegarmos a saborear a música do despertador. E levantámo-nos.

Insólito. Não nos lembramos de uma só vez em que não tenhamos esperado por esse som amargo, nem que fosse apenas pelo prazer de o atirar à parede; mesmo quando não nos acordava de surpresa e se deixava surpreender pelo cheiro da proximidade.

Em frente ao espelho não nos reconhecemos; só vimos um rectângulo vermelho cinicamente emoldurado por um cântigo gótico.

Olhámos para a janela à espera de uma epifania. E nada.






Por vezes, faz-nos falta uma qualquer fé. Uma que explique o inexplicável, mesmo sem dar explicação.

Mas sem que, apesar disso, nos prive da razão.






Mas como nem às paredes confessamos os nossos pecados, temos que suportar sós este fado.

E, por falar nisso, a noite em Alfama ou no Bairro Alto fica por conta das responsáveis pela variedade temática (Rosa, Curiosa e Galatea, respectivamente).


Estão todos convidados para:


faduncho (clicai ou não)

&

guitarra portuguesa (clicai!)





E como hoje não há filme, fica um recadinho:




domingo, julho 08, 2007



FIESTA




Não somos vegetarianos e a correia do nosso relógio é de pele de crocodilo.


Também já fomos à tourada e até gostámos. Quadro vivo de extravagância. As cores. O simbolismo classista. As homenagens. A elegância efeminada e o marialvismo. O ridículo literário ao sabor dos nossos olhos.






E depois a coragem. O catolicismo e a nostalgia monárquica.





E o sangue.





Street Racing também é uma manifestação de cultura urbana. Despenalize-se!






quinta-feira, julho 05, 2007



HAGACURE

- O CÓDIGO DOS SAMURAIS -





Qual "Arte da Guerra"...

Código de ética do guerreiro.





CORAGEM
HONRA

DETERMINAÇÃO
LEALDADE

GRATIDÃO







Ao som de Sakamoto.



Nota: nenhuma nostalgia feudal e nenhuma pulsão bélica.


segunda-feira, julho 02, 2007




SINOPSES

d'O


A Marquesa d'O...


Não é novidade que gostamos de clássicos. No entanto, temo-nos contido sobre o tema. Ainda só Vos maçámos com a "Águia de duas cabeças" e com "A fera na selva". É pois chegado o momento de mais um post erudito.


Não que tenhamos qualquer compulsão temática. A culpa desta escolha até é Vossa...


É que a nossa dissertação sobre o vocativo despertou reacções diferentes: umas reclamando maior importância para o "Ó"; outras penalizando a falta de erotismo do tema.


Propomo-nos então corrigir as falhas, homenageando o "O" literário, habitualmente associado a um certo erotismo.



Começando com um clássico de salão. De Kleist, A Marquesa d'O...






A Marquesa d'O..., senhora de excelente reputação, viúva e mãe de dois filhos de uma perfeita educação, fez saber pelos jornais que ficara grávida sem o seu conhecimento, que o pai da criança que iria dar à luz se devia apresentar e que, por razões de natureza familiar, se encontraria na disposição de casar com ele.


Esta senhora que, sob a pressão de uma circunstância irremediável, assim se expunha ao ridículo público com um passo tão estranho quanto convicto, era filha do Comandante da Cidadela, que prontamente a expulsou quando tomou conhecimento da misteriosa gravidez.


Tempos antes havia recebido um inusitado e insistente pedido de casamento de um oficial russo que a tinha salvo das más intenções dos soldados que invadiram o Castelo onde habitava.




Daria à luz uma quimera?

Teria sido Morfeu a engravidá-la?




O outro clássico é um clássico de BDSM...


De Pauline Réage (pseudónimo), História d'O


Consta que o melhor do livro é o prefácio, escrito pela própria autora.


Causou escândalo nos anos 50, altura da publicação.





O é raptada pelo amante e conduzida ao tenebroso castelo de Roissy, submetida a torturas, humilhações e violações colectivas, que aceita resignada por amor aos homens que sucessivamente considera seus amos.





Roissy é a recriação dos castelos do Marquês de Sade.


Os torturadores são anónimos, vestidos com trajes de opereta.


Há vários fins. Num, O transforma-se numa criatura do outro mundo: era pedra ou cera...





Que nos lembremos, só vimos este.